Papa Bento XVI durante a vigília de oração com os jovens na Alemanha- setembro de 2011
Palavras fortes e belas estas do Santo
Padre Bento XVI, válidas para jovens e adultos em geral. Elas nos animam na
busca de Deus, na libertação dos pecados. O pecado é como que uma queda. Que
fazemos quando vamos ao chão? Simplesmente nos erguemos e prosseguimos nossa
caminhada. No caso do pecado, contamos sempre com a ajuda, com a graça de Jesus
Cristo para nos auxiliar a nos reerguer. Tal ajuda nunca falta. Infelizmente
somos fracos e frágeis e muitas vezes vacilamos e caímos na vida. As repetidas quedas
nos desencorajam e nos dão muitas vezes a tentação de desistir do bem, da luta,
achando-nos incapazes de levar vida cristã. O Senhor quer ver boa vontade de
nossa parte. Sentindo tal boa vontade, desejo de acertar, nostalgia do bem, ele
não deixará de vir a nós para nos dar forças.
Uma segunda consideração do Papa é no
sentido de que levar vida cristã não exige ações extraordinárias. Nem todos
precisam morrer mártires. Existe o martírio do cotidiano, o esforço diário de
colocar Deus na vida, de procurar agradá-lo, fazer sua vontade onde ele nos
colocou: na família, na escola, no trabalho, no clube, etc. Em todos os lugares
não devemos esquecer-nos de Deus, mas exercitar-nos na fé, rezar com
simplicidade (pensar em Deus com amor), exercer a caridade para com o próximo,
lutar contra as tendências ao egoismo. Ele não faltará, pois, como diz tão bem
o Papa, Cristo quer tornar-nos seus amigos. O primeiro movimento de
aproximação, não é nosso em relação a Cristo, mas dele em relação a nós. Ele é
bom, é a própria Bondade. Daí nos chamar a uma intimidade maior com ele, apesar
de nossas falhas.
O importante, salienta Bento XVI, é
também considerar a Jesus Cristo como nossa vida. Ele tem que ser importante
para nós e não algo secundário, moda passageira, o que infelizmente muitas
vezes acontece no mundo da juventude. Ele é a nossa luz. Como não recordar o
Evangelho de São João? “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas
trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8, 12).
Enfim, o batismo nos leva a ser santos,
ou seja, separados do impuro e destinados a amar e servir a Deus. A união com
Cristo nos torna santos e devemos simplesmente deixar que a graça de Cristo
possa agir em nós. “Vós sois a raça eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o
povo de sua particular propriedade, a fim de que proclameis as excelências
daquele que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa” (1 Pe 2, 9).
Todo o discurso do Papa foi um texto
positivo, podemos dizer, para sacudir os jovens e levá-los a Cristo.
+ D. Abade José Palmeiro Mendes, OSB
Abade Emérito de Nossa Senhora de Montserrat - Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro.