Nesta edição gostaríamos de comentar sobre o Advento e o Natal, tempos litúrgicos celebrados pela Igreja. Mas para uma melhor compreensão farei aqui um pequeno intróito sobre o Ano Litúrgico.
Ano Litúrgico:
O Ano Litúrgico vinha sendo formado pela Igreja desde o século VII e tinha exatamente a forma que temos hoje. É semelhante ao ano civil, tem por função celebrar os mistérios principais da vida de Nosso Senhor divididos em seus tempos: Advento, Natal, Tempo comum I, Quaresma, Tríduo Pascal, Páscoa e Tempo Comum II. Além da memória dos santos. Em resumo fazemos eco à voz de São Gregório Magno: “O que era visível do nosso Redentor, passou para os ritos sacramentais”
Advento
A palavra Advento deriva do latim “adventus”, que quer dizer vinda, que na Liturgia é aplicada a expectativa do Nascimento do Messias.
Consiste em 4 semanas de preparação para o Nascimento do Senhor. Em um segundo plano medita-se a vinda gloriosa de Jesus, na qual Ele “virá julgar os vivos e os mortos”. Na liturgia o “já” do nascimento se esbarra com o “ainda não” da vinda gloriosa de Cristo.
A origem do Advento data do século IV e variava entre 3 e 6 semanas, foi quando no século V o Rito Romano assumiu para si 4 semanas, tal como temos hoje.
O Advento se inicia nas Primeiras Vésperas (tarde do dia anterior) do I Domingo do Advento, e termina nas Primeiras vésperas (tarde do dia anterior) do Natal do Senhor. A cor litúrgica é o roxo, em sinal de penitência. O roxo é substituído pela cor-de-rosa no III Domingo, chamado Domingo da Alegria (gaudete) pois a antífona de entrada deste dia é “Gaudete in Domino semper: iterum dico: gaudete! Dominus enim prope est” – “Alegrai-vos sempre no Senhor, de novo vos digo: Alegrai-vos! O Senhor está perto!”, o rosa é o resultado do roxo da penitencia com o branco da alegria. entrada . Não se canta o “Glória a Deus nas alturas” em sinal de penitência. Os instrumentos musicais e flores podem ser usados com moderação. Na celebração do Matrimônio advirtam-se aos esposos a absterem-se do luxo.
A Coroa do Advento, muito comum em nossas casas e Igrejas deriva de uma tradição pagã, que consistia em enfeitar uma roda de carroça com ramos e luzes em honra ao deus sol, que durante o inverno se escondia por longas horas. As velas da coroa do advento são acesas sequencialmente a cada domingo. Os cristãos aderiram este costume lhe dando um sentido especial de preparação a festa do nascimento de Cristo, “Sol que não tem ocaso - Luz do mundo”, que antes de sua vinda deixou o mundo em “longas horas de escuridão”.
Natal do Senhor
A palavra natal indica nascimento, neste caso o nascimento de Jesus.
Os primeiros vestígios desta festa datam mais ou menos do século IV Roma, porém adotou o 25 de dezembro como meio para catequizar os pagãos, que celebravam neste dia a festa do ‘sol invicto’, a Igreja o substituiu pela celebração do nascimento do Sol Divino, rapidamente o costume se espalhou pela Itália e por todo oriente. O motivo de se celebrar a Festa do Natal à meia-noite é inspirado no livro da sabedoria que diz: “Quando um profundo silêncio envolvia todas as coisas, e a noite chegava ao meio de seu curso, vossa palavra todo-poderosa desceu dos céus e do trono real, e, qual um implacável guerreiro, arremessou-se sobre a terra condenada à ruína” (Sb 18, 14-15)
A cor litúrgica é a branca, que pode ser substituída pelo dourado.
Uma particularidade: o Cântico das Kalendas que é a narração do momento histórico do nascimento de Jesus. O Hino “Glória a Deus nas alturas” volta a ser cantado e desta vez ao som dos sinos. Tornamos Orna-se o altar com flores e permite-se os instrumentos musicais.
O Tempo do Natal possui uma oitava, oito dias solenemente comemorados como num único dia, no caso o dia de Natal. No domingo após o natal celebra-se a Festa da Sagrada Família: o mistério do Filho de Deus nascer numa família humana. Não havendo domingo dentro da oitava esta celebração ocorre no dia 30 de dezembro. No dia 1° de janeiro celebra-se Santa Maria Mãe de Deus, onde celebramos a Maternidade Divida de Maria, que fez de seu ventre o templo de Deus. Aos 6 de Janeiro celebra-se a grande solenidade da Epifania do Senhor: sua manifestação aos povos. Conclui-se o Tempo do Natal com a festa do Batismo do Senhor, onde o Senhor desce as águas para santificá-las e para nos dar o exemplo, sendo batizado por João Batista.
Equipe PasCom