
Eu queria ir lá, na Povoa de Varzim, onde ela morava, antes de embarcar pro Brasil. Fomos eu e minha irmã, que também vinha pro Brasil. Minha avó pagou nossa passagem até a Povoa de Varzim. Chegamos onde ela morava. Ela estava falando com uns homens, quando cheguei perto dela. Os caras se despediram, mas botaram um dinheiro debaixo do travesseiro. E eles, indo pra fora, a moto deles não andava. Então eles subiram e pediram uma ajuda: ‘É Santa Alexandrina a moto não anda, mas deixamos ela boa. Estamos estranhando. Será que alguém podia ajudar a gente?’ E ela disse: ‘isso que vocês colocaram debaixo da fronha, vocês tiram, porque vocês não tinham o direito de fazer isso. Vocês vêem essas flores? É só isso que aceito. Estou falando pra vocês tirar isso. Eles tiraram o dinheiro, beijaram a mão dela e chegando lá em baixo, a moto começou a andar.
Quando eu fui falar com ela, ela agarrou minha mão, simples. Eu, estava recém-casada, falei: ‘Santa Alexandrina vou embarcar tal dia pro Brasil, vou deixar meu país, minha família’. Me admirei com o que ela me disse! Ela falou: ‘Nossa Senhora nunca vai te abandonar. Você vai passar por muita coisa. Vai ter quatro filhos. Seu marido vai morrer cedo, mas os seus filhos já serão maiores’ Ela também disse que eu ia ter uma doença muito séria, mas que não ia morrer, só de velhinha. Mais tarde, fui desenganada pelos médicos. Eles disseram que eu não tinha condições de criar os filhos, que ia ter que fazer mais uma operação, e mais essa, mais essa, mais essa... Mas com fé, rezando, pedi a Deus, dizendo que não queria mais entrar num hospital para se operada. Então, nunca mais fui operada. Já tô com 81 anos e hoje eu me admiro de Santa Alexandrina ter dito tudo isso”.
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