"Feliz culpa que mereceste tão grande Redentor" – Santo Agostinho
Durante a Semana Santa, em especial, somos impulsionados a meditarmos os mistérios da Paixão de Jesus, Sua Morte e Ressurreição. Entretanto podemos nos perguntar, por que foi necessário que Ele morresse?
Em primeiro lugar precisamos compreender o sentido do sacrifício hebraico e também que Jesus não foi meramente morto, mas sacrificado.
O povo hebreu procurava expiar seus pecados através de sacrifícios de animais, ora o salário do pecado é a morte (cf Rm 6, 23 ), mas não seria permitido ao homem tirar sua vida, por isso o homem se utilizava de um animal e sobre ele colocava suas culpas e ao sacrificá-lo esperava redimi-las. Este sacrifício era imperfeito, pois como poderia um animal expiar nossos pecados? Tendo como base que o sacrifico era expiatório e sabendo ainda que Jesus morreu por nossos pecados, questionamos qual pecado seria este, a resposta é: o pecado original.
Um primeiro olhar sob ele pode não nos dar a dimensão real da gravidade do pecado de Adão e Eva, para entendermos melhor devemos perceber que as faltas tem gravidade de acordo com quem ofendemos, por exemplo, se um civil ofende outro civil esta falta tem um certo nível de gravidade, mas se ele ofender um policial esta falta se torna maior, agora imagine que ele ofenda o chefe de Estado a falta seria gravíssima, de acordo com a autoridade a falta se torna mais grave. Porém Adão e Eva não ofenderam a um semelhante, nem a um chefe de estado, mas sim ao Senhor do Universo, a Deus, e por Ele ser Infinito a culpa também se tornou infinita.
Ora como carneiro e bodes, que são criaturas de Deus, poderiam redimir a falta infinita causada por Adão e Eva? Só uma oferenda de valor infinito poderia agradar a Deus a ponto de tornar este sacrifício satisfatório, e este sacrifício foi o próprio Jesus.
Ele tomou sobre si as nossas enfermidades (cf. Is 53,4) e se fazendo Cordeiro de Deus subiu ao Calvário carregando a madeira para o sacrifício, tal qual subiu Isaac o monte para ser sacrificado por Abraão, porém Deus não poupou seu filho, por amor ao homem.
Ora, na Cruz, Jesus se faz sacrifício por toda a humanidade sendo Ele mesmo Sacerdote e Vítima. Por ser Deus e Sacerdote tinha todo o poder e autoridade para realizar tal sacrifício e apresentá-lo a Deus Pai. Por ser Ele mesmo vítima e sacrifício era impossível que o Pai o rejeitasse, pois Deus não poderia rejeitar Deus. Sendo assim Jesus se tornou vítima perfeita para a expiação dos nossos pecados.
Ele não quis que esse sacrifício fosse terminado ali no calvário, mas o renova pela Eucaristia em cada Missa esse mesmo Sacrifício, hoje de forma incruenta (sem sangue) nas espécies do pão e do vinho que emprestam suas aparências para que Jesus venha habitar ali, não de forma simbólica, mas verdadeiramente. Hoje também nós somos convidados a nos unirmos ao Sacrifício de Cristo, pois somos o seu Corpo Místico, e naquela patena levantada pelo sacerdote colocarmos a nossa vida. Por isso, entre tantas coisas, faltar a Santa Missa é algo horrível.
Compreendendo o Sacrifício de Jesus compreenderemos melhor a Santa Missa e tanto melhor participaremos dela, e disso depende a nossa salvação. Valorizemos então o Sacrifício de Jesus em nos salvar participando dominicalmente, se não diariamente, da Santa Missa.
Equipe PasCom
