Milhares de pessoas, na sua maioria jovens, marcharam contra o aborto na capital americana, Washington D.C., na última sexta-feira, 25/01. A Marcha pela vida, que marcou os 40 anos da aprovação da lei Roe x Wade - julgamento que legalizou o aborto nos EUA - aconteceu cinco dias após a posse do presidente Barack Husseim Obama, notório defensor do aborto. Estima-se que mais de 600 mil manifestantes tenham participado da Marcha, que contou com o apoio de inúmeras instituições, inclusive com o do Santo Padre Bento XVI.
“Uno-me à distância a todos os que se manifestam pela vida, e rezo para que os políticos protejam ao não-nascido e promovam a cultura da vida", declarou o Papa através de sua conta no Twitter.
Sob baixa temperatura e neve, os pró-vida percorreram várias ruas até finalmente chegarem à Corte Suprema dos Estados Unidos. Portando cartazes e proferindo preces espontâneas, as centenas de milhares de pessoas expuseram claramente o seu sim à vida. Durante todo o percurso, marcado por hinos e muita música, era possível ver dezenas de faixas com as seguintes palavras: “40 Anos = 55 milhões de bebês mortos como produto do aborto”. Foi a maior marcha pró-vida realizada em solo americano desde o seu surgimento em 1973.

O aborto tornou-se legal nos Estados Unidos depois do julgamento do caso Roe x Wade, no qual a personagem principal, Norma McCorvey - a “Jane Roe” - exigia o direito a abortar seu filho, após supostamente ter sido estuprada. Anos mais tarde, a notória ativista viria a desmentir o alegado e revelar que tudo não passava de uma farsa montada por pressão de seus advogados para conseguirem legalizar o aborto nos EUA. Hoje, McCorvey milita a favor da vida e teve destaque nas eleições passadas, quando gravou vários vídeos contra a candidatura do presidente Obama. Desde a aprovação, calcula-se que os EUA tenham permitido o abortamento de mais de 50 milhões de bebês.

Embora a mídia de outros países, como a brasileira, tenha dado pouca atenção à Marcha pela Vida realizada nos EUA, o Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Ignacio Carrasco de Paula, acredita que essa manifestação estadunidense tenha uma importância fundamental para luta contra o aborto nas demais nações. De acordo com o prelado, eventos como estes que “estão a favor da vida humana desde a concepção até a morte natural, converteram-se em uma importante referência histórica para outros católicos ao redor do mundo”. De fato, o movimento pró-vida tem crescido em inúmeros outros países. Prova disso foram as majestosas marchas contra o casamento gay realizadas na França no começo do mês e as marchas contra o aborto na Irlanda, tidas como as maiores manifestações populares dos últimos 20 anos.
Ao final da Marcha, o presidente do Movimento Pró-vida americano, Chris Smith, fez um forte discurso dirigido ao presidente Barack Obama. “Saiba disso”, disse Smith a Obama, “o movimento pró-vida é composto de pessoas nobres, zelosas, inteligentes e altruístas. É extremamente poderoso, não violento, cheio de fé, luta pelos direitos humanos e está crescendo em apoio popular, intensidade, compromisso e esperança. Somos a geração que vai abolir a lei do aborto”, encerrou o ativista pró-vida.
Fonte: Site Padre Paulo Ricardo
Equipe PasCom